quarta-feira, 16 de abril de 2014

Uma cova rasa em um chão frio


                  Já faz um bom tempo que Onias não anda pela tundra, passou uma semana no vilarejo se recuperando da ultima caçada. As pessoas zombaram dele, apenas seu amigo Abatoz depositou um pouco de confiança em sua história, mas nem mesmo ele acredita que possa haver no mundo um Orc que seja digno de confiança. 
                 Dois dias andando pelas trilhas geladas, ele encontra rastros. Não parecem rastros típicos, um grupo maior, provavelmente de adultos.    Onias caminha por entre os ermos, ele tenta ignorar mas a trilha leva até uma caverna, chegando a caverna ele encontra uma cova rasa. Onias nunca foi adepto de mexer com os mortos, mas a forma como foi feita a cova indica pressa, mas ao mesmo tempo cuidado para com o falecido. Onias afasta a terra e encontra, nas roupas do morto dois diários, um grande e maior, e outro menor e com mais paginas em branco. O ranger observa o morto, ele parece ter sido atacado por um animal grande e forte. Duas feridas grandes, uma no peito e outra sobre o abdome.            
                Onias cava uma cova maior, enrola o corpo em uma manta e enterra, apropriadamente. Olhando o diário, ele pertencia a Bront, um monge do templo das Rosas Amarelas. O ranger coloca uma rocha, sobre o tumulo e talha, de forma rude, na pedra a inscrição: Aqui jaz Bront.
                O ranger permanece ali, não faz ideia das condições que levaram um monge a atacar um urso, com as próprias mãos. Vasculhando em seu diário ele vê, nas ultimas passagens, que Bront e o grupo se encontravam em dificuldade, passavam fome.  Uma ultima despedida para um desconhecido, é tarde, o ranger precisa voltar para sua vila...
               Leva consigo os dois diários, um gosto amargo na boca e um calafrio pela espinha... este vai ser um longo inverno... 


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Rompendo laços familiares: um conto orc.

Todo mundo vai morrer um dia, isso é fato. A questão é: o que fazer até o dia final chegar? Eu escolhi viver minha vida em fúria, mas... Eu direciono minha fúria para aqueles que merecem ela. Minha vida não é fácil. Nunca foi se fosse para ser eu nasceria um elfo... ou um humano. Eu não sou nada disso, eu sou Othan, um orc.
                A vida de um Orc não é fácil. Somos guerreiros, selvagens nascemos para dominar os mais fracos, e respeitar os mais fortes. Desde pequenos aprendemos a lutar, pela sobrevivência, subjugando os mais fracos e reverenciando os mais fortes. Isso é ser um orc. Qualquer um que nasça pensando diferente disso, bom, não vive muito para convencer os demais. Foi isso o que aconteceu com minha “família”. Eu sou Othan Borknagar, filho de Zothar e Mizara. Nasci em um inverno rigoroso, filho de um orc que quebrou cabeças de dentes suficientes para se tornar um líder tribal. Nossa vila ficava as margens de uma lagoa. Tribo pequena, mas organizada. Não éramos coletores, nem escravagistas, nos pescávamos e caçávamos nossa própria comida. Depois de muitas batalhas, meu pai estava cansado de lutar. Fundou nossa vila em uma região remota o suficiente para nenhum ser vivente, a não ser um orc, querer se arriscar por essas bandas. Era um verão quando tivemos noticia de meu tio, Orkram.
                Meu tio era um orc muito mal, mais do que qualquer outro orc. Os únicos que ele respeitava eram sua família, e mesmo assim ele odiava a minha tribo. Éramos pacifistas demais para o gosto dele. Porém, meu tio tinha falhas, em um de seus saques ele estuprou uma humana, se afeiçoou a ela. Dessa união nasceu meu primo, um meio orc que ele chamou de Gorknagar. Meu primo era considerado fraco pela tribo do meu tio, mas sobreviveu apenas por ser filho do líder. Ele se tornou um ranger e a ultima vez que eu vi ele andava com um garoto escravo humano...
                Orkram queria que meu pai reforçasse a sua tribo, queria os guerreiros bárbaros que residiam em nossa tribo, porém meu pai não queria abrir mão de seus soldados. Um dia, Orkram surgiu na nossa vila. A conversa não foi amistosa e ouvem brigas e discussões, minha mãe entrou no meio da briga e saiu ferida, meu pai foi tentar defende-la e foi golpeado no estomago, o que eu vi depois disso nunca saiu da minha mente. Vi orcs lutando contra orcs, uns querendo dominar os outros, por fim sobraram apenas os mais fortes. Meu tio matou meu pai, surrou aqueles guerreiros que ele queria para o seu grupo e levou todo mundo para a vila principal. Lá, aprendi a dura lição de ser o que eu nascia para ter sido desde o principio, um guerreiro selvagem imundo e conquistador.        
                Os anos passam rápido para os de minha espécie, com 15 anos eu já era um adulto. Aprendi a lutar e me juntei aos soldados de meu tio, Orkram Borknagar o usurpador. Eventualmente, constitui família. Conheci Allura, uma jovem guerreira da tribo. Envolvemos-nos, tivemos dois filhos. Vivi aquela vida na vila e o único momento de tranquilidade era quando estava à noite com meus filhos e minha esposa. Ela me compreendia, eu fazia planos de um dia voltar à vila onde nasci e reconstruí-la.
Apesar da violência, da truculência, não era aquilo que eu gostava de fazer na vida. Eu não via satisfação em dominar uma vila, em saquear aldeões que o único erro na vida foi viver uma vida simples em uma região inóspita.
                Um dia nos mandaram atacar uma vila de pequeninos, devíamos pegar o máximo de suprimentos, pois um inverno rigoroso estava por vir. Chegamos à vila ao anoitecer e atacamos. Até então eu achava que era uma vila de homens, até que vi pequenas criaturas, parecidas com crianças, correndo tentando se defender. Foi um massacre, mas eu não participei. Eu estava com muita pena... Que satisfação tem em enfrentar formigas? Nada fiz e ignorei as ordens do “capitão” do grupo. Ele não gostou nada disso e veio para cima de mim, nem vi quando entrei no meu estado mais puro de raiva e acertei o meu machado na sua cabeça. Acertei-o com tanta força que meu machado ficou cravado em seu crânio, meus companheiros viram aquilo e ficaram sem entender, foi preciso dois deles para me segurar e impedir que eu continuasse destroçando aquele puto. Eu já não gostava dele, só precisava de um motivo, e ele me deu um...
                Meus companheiros me prenderam, terminaram o que começaram, mataram todos na vila, inclusive as crianças, prenderam apenas um, o mais valente dos pequeninos, que resistiu bravamente. “Vamos colocar ele na coleira, vai servir de marionete para gente, nas fossas”, eles disseram. E quanto a mim, o pior se reservava a mim.
                Chegando à vila, meu tio ficou sabendo do que eu fiz e me prendeu. Levei mais chicotadas do que podia contar. Mas o pior castigo ainda estava por vir...
                Eles me levaram para o centro da vila, disseram “Você é um orc morto. Seu sangue é impuro, você tem dó desses fracos? Desses pequenos insetos que esmagamos embaixo de nossas botas? Você é fraco, como o seu pai. Mas eu vou te fazer forte...”.  
A dor que senti, foi maior do que qualquer chicotada, flechada ou pancada que algum dia eu já havia sentido na vida, mataram meus dois filhos, minha esposa na minha frente. Allura tentou lutar, mas foi dominada pela brutalidade dos orcs que a seguravam. Ela morreu olhando para mim, para meus olhos. Depois disso apenas senti uma dor muito forte na cabeça e um escuro, vazio que me abraçou inteiramente.
                Acordo com a voz de estridente e irritante de um pequenino. Ele chama minha atenção, tenta me fazer recobrar meus sentidos. Por alguma razão que desconheço ainda estava vivo. Era o pequenino que resistiu na sua vila “Ei, se levanta dai. Nós dois vamos morrer, mas podemos morrer lá fora como dois prisioneiros, ou podemos sair daqui e lutar, e morrer com dignidade. Meu nome é Willui. Eu escutei o que fizeram lá fora. Eles vão te matar nas fossas, junto comigo. Mas a sorte sorri para gente, grandão...”.
                Eu vejo que o pequenino consegue se soltar das amarras, ele me solta, um pouco relutante, mas eu não demonstro agressividade contra ele. Não... Meus inimigos estão lá fora.
Eu saio pela barraca, vejo que a vila está sendo atacada por um grupo errante de humanos. Em meio à confusão eu vejo aquela arma que daquele dia em diante será inseparável para mim. Meu grande machado começa a abrir caminho por entre os orcs, que não sabem se se defendem dos humanos ou de mim. Mato todos aqueles que estão no meu caminho, os humanos saem em perseguição a um grupo maior, eu me prostro ante os restos de minha família. Ouço Willui me dizendo que não há tempo para despedidas, precisamos sobreviver. Eu jogos os seus restos mortais na grande fogueira, uma fogueira indigna de uma pira fúnebre...
Saio com Willui, durante aqueles próximos dias é a minha única companhia...

terça-feira, 1 de abril de 2014

Caminhando pelos ermos: um conto de um ranger louco...


A porta abre, abruptamente. As pessoas que estão dentro da taverna se voltam para entrada.  Um vento frio e uivante assopra pela porta, dela passa Onias.
Sem muita cerimonia ele adentra o recinto e fecha a pesada porta de madeira. Ignorando a presença do “intruso”, as pessoas voltam as suas vidas ordinárias, bebendo, contando causos, ouvindo a péssima música do bardo que insiste em tocar alguma coisa em troca de algumas moedas de cobre.
Onias está pálido, cansado, mas longe de ser por conta do frio. Ele se dirige ao taverneiro, Abatoz, um velho companheiro de aventuras.
- Que isso homem? Está frio la fora, mas já passamos por pedaços mais gelados. O que sucede, parece que viu um fantasma... – Abatoz diz olhando para o amigo, prostado sobre o balcão.
- Um fantasma? Talvez, seja como for ainda não acredito em tudo que me aconteceu nos últimos 3 dias. Me ve um pouco de cerveja e um rosbife, bem preparado. Há dias não como igual a um homem... – Onias se ajeita na cadeira, tateia pela roupa procurando seu cachimbo. Ele o encontra, separa um pouco de fumo e prepara para acender o cachimbo.
- Ora pois, diga então o que se sucedeu. Um ranger como você, acostumando a caçar pela tundra desse jeito. O que houve? Teve problemas?
Onias respira fundo, acende seu cachimbo. Em sua feição da para notar que há dias ele não fumava nada.
Quer saber o que me aconteceu? Muito bem, eu vou lhe dizer. Talvez eu contando essa historia eu consiga acreditar no que meus olhos viram...

- Ah mais ou menos uma semana, ou duas, eu venho caçando pela tundra. Você sabe, eu sempre troco mercadoria com os elfos antes de gelar tudo por essas bandas.  Ai me recolho e espero o frio passar.
- Pois bem, estava andando por ai quando detectei rastros em várias direções. Rastreei e consegui identificar alguns orcs pela região. Não podia arriscar um confronto sozinho, eram muitos, 5 ou 6 mais ou menos, então decidi contornar e segui r em frente. Andando um pouco mais adiante, um ou dois dias de caminhada e encontrei esse grupo de orc, mortos. Estavam todos dilacerados, cortados por uma arma pesada, imagino que uma espada muito grande ou um machado. Estavam sem armas, e do jeito que caíram em batalha ficaram. Mas... vi algo que me chamou a atenção, dois rastros. Um de uma pessoa grande, forte e pesada, possivelmente em orc e outro... de uma criança!!! – Onias passa a mão na testa, enxuga o suor. Está visivelmente alterado enquanto conta a historia. Ao seu lado, um gordo que bebia cerveja esta parado, ouvindo a sua história.
- Então, eu vi aquele rastro estranho e, movido pela minha curiosidade eu decidi segui-los. Estavam em um ritmo acelerado, eram cautelosos. Mais a noite, no raiar daquele dia o vento muito, era arriscado continuar na trilha então decidi contornar. Passei a noite no oco de uma arvore. Acordei de madrugada e sai, para tentar seguir a trilha e apertar o passo, ver se eu alcançava a dupla. Cheguei no acampamento noturno deles pela manhã. Estava frio, com certeza eles comeram e dormiram ai. Vi onde levantaram uma cabaninha, provavelmente para criança, e onde o orc deitou-se. Contra um arvore, vi no chão um buraco provavelmente onde ele apoiou a ponta do seu machado. Bom, apertei o passo e ao meio dia, consegui avista-los. Permaneci imóvel, e em silencio, e ouvi... – Chega ao balcão o pedido de Onias, seu rosbife muito bem preparado e uma caneca de cerveja. Mais do que depressa ele abandona a fala e começa a comer, com uma incrível gula.
- O que você ouviu homem de Deus? – Diz Abatoz com um tom aflito em sua voz. Ele sabia que era diversão garantida, sempre, os relatos de seu amigo ranger.
- Então, eu ouvi risadas. Era uma voz esganiçada, fina, e quando eu olhei na estrada estavam um orc, machado grande nas costas, caminhando e ao seu lado o que inicialmente eu pensei que fosse um garoto. Mas se aproximando um pouco eu vi, era uma criatura que eu só havia visto uma vez na vida... um halfling! Ele falava alguma coisa para o grandão enquanto ria, e o orc apenas se ocupava de continuar seu caminho.  Eu estava ali, olhando minhas “presas” quando eu me tornei a caça. Estava distraído e não percebi quando fui cercado por um bando errante. Me pareciam ser goblins, confesso, não vi direito só senti a ponta da lança nas costas. Me virei e começou a luta. Os covardes me atacaram sem piedade, eu estava distraído. Até que consegui reagir tomei uma estocada na barriga. – Onias levanta a camisa e mostra o local da ferida, agora cicatrizado – Tentei levantar e reagi, consegui acertar o filho da puta que estava na minha frente, o de trás tentou me dar uma espadada. Rolei a frente e sai do flanco dos dois, agora estavam na minha frente. Três goblins e um maior, um orc. Eu estava enrascado. Já me preparava para a morte certa, quatro contra um era covardia e eu estava ferido para correr, quando ouvi um barulho infernal vindo atrás dos meus atacantes. Ele era enorme... e gritava – Nesse momento Onias bebe um pouco da sua cerveja, respira fundo e continua o relato:
- O orc era descomunal, em um golpe ele derruba o seu semelhante que estava de costas para ele, no barulho os menores se viram, eu aproveito e acerto um deles. Os outros dois se preparam, em dois golpes rápidos eles caem, o da direita cai primeiro, o segundo cai em seguida. O que eu acertei antes se sente perdido e eu finalizo ele, com um golpe rápido e certeiro nas costas. O enorme orc se vira para mim, eu espero o pior. Vejo seus olhos, que estão vermelhos, uma cara de raiva e fúria que so de olhar para ele eu já me sentia pequeno, e inferior. Estava ali, me despedindo do mundo quando ele abaixa o machado, olha os covardes caídos no chão e estende a mão para mim...
- Eu estava ali, caído, machucado, e quem me salvou deveria me matar, eu precisava ser prudente. Estava assustado, quando ele me disse:
- Não tenha medo humano! Se eu o quisesse morto, o teria feito  dois dias atrás, quando percebi que nos seguia. Pelo seu jeito de vestir, imagino que esteja acostumado a andar por essas bandas.  – Diz o enorme orc.
- É esse o carinha que nos seguia Othan? Hahahahaha pelo menos eles serviu de isca para os nossos coleguinhas goblinoides aqui – Diz o halfling saindo detrás das moitas.
- Permita-me que eu me apresente. Meu nome e Willui. Não é Wilbor, William nem Will é Willui. Eu e meu amigo grandão aqui estamos procurando um lugar para passar o inverno. Como você sabe meu amigo aqui não é exatamente um exemplo de simpatia e com certeza não poderemos ficar na taverna do pônei cantante, ou seria pônei deitante? Bom, seja como for, acho que você precisa de uns pontinhos nessa barriga hahahaha .
- Eu... eu estava indo para cidade. Não esperava encontrar gente aqui ainda por essas matas. Achei um pequeno grupo de orcs e depois eles mortos. E a primeira vez que vejo um orc andando com um halfing. Pensava que vocês eram inimigos naturais...
- Meu amigo, não se engane pelas aparências. Eu e o grandão aqui, somos melhores amigos da face dessas terras. Não é grandão?  - Nisso, o orc se virou para o pequeno e disse:
- Vamos logo, precisamos apertar o passo. Quero chegar logo aos pés da montanha.

Amigos, o pequeno mexeu na minha ferida, colocou uma bandagem em cima e balbuciou algumas palavras, a ferida se fechou. Era arriscado permanecer ali e ante a insistência do grandão, decidi acompanha-los.
Descemos a grande trila, a todo momento Willui ficava cantarolando, contando causos, conversando. Eu, sem graça, ficava calado. Othan, o Orc, ficou calado o tempo todo, quando abria a boca era para indicar por onde deveríamos ir. Antes do anoitecer eu resolvi arriscar e perguntei:
                - Sei que é estranho eu não ter perguntado antes mas, o que um orc e um halfling fazem andando juntos? Eu pensava que o povo de vocês eram inimigos! – eu disse, temendo uma resposta. Eis que Othan se vira para mim e diz:
                - Há muito o que você não sabe sobre o meu povo. A sua honra e o seu orgulho os deixo a muito tempo atrás. Eu decido que o meu dever para com eles acabou quando meus filhos foram mortos. – Ante isso não havia muito o que eu dizer. Willui disse:
                - Nem todo orc bom é orc morto. Othan e eu temo s um pacto de não agressão mutuo. Hahahaha. A muito tempo atrás, um orc guerreiro subjugado estava condenado a morte. Ao seu lado, um prisioneiro halfling que provavelmente serviria de jantar a noite. Esse halfling propõe: “Podemos morrer aqui hoje. Mas podemos escolher como vamos morrer, vamos morrer mais tarde, ou morreremos tentando sair daqui? O que me diz Orc?  O orc responde:  “Eu odeio halflings, mas odeio orcs ainda mais...” E fim da história!!! Aqui estamos nós. Eu ajudei Othan a fugir da sua cela, ele abriu caminho pelos guardas, nos fugimos dos orcs como dois condenados e desde então estamos por ai, por essas bandas. A dois verões, não é mesmo Othan?  - O orc de nada respondeu, apenas balançou a cabeça.
                Amigos, eu devo lhes dizer, os dois faziam uma boa dupla. Claramente Othan sabia andar por aquelas bandas e Willui nos distrai caminhando pelos ermos. Andamos mais ou menos uma semana, até que chegamos nas redondezas da cidade. Othan me deixou na trilha, são e salvo. Willui compartilhou comigo sua comida. Dei para os dois 3 moedas de ouro, 10 balas de funda. Era tudo que eu tinha. Então, caminhei mais uma tarde e cheguei aqui na taverna, onde lhes conto isso.
                - BOBAGEM!!! TOLICES DE UM RANGER LOUCO! – Brada um dos ouvintes, agora muitos, os quais Onias nem sequer havia percebido que estavam prestando atenção da sua historia.
                Onias se levanta, mostra a ferida na frente e nas costas, tratadas com a cura do Halfling, e diz:
                - Se duvida da minha história, ande por ai. Quem sabe algum dia não tope com Othan e Willui. E reze, muito, para todos os deuses, pra não ter encontrado eles e resolver atacar Othan... o seu machado é muito grande!