Ibraim o usurpador, este é o nome
do mortal que queria ser um Deus...
Nascido em uma família pobre, Ibraim desde cedo era um mortal qualquer. Sua vida era simples, vagava com outros garotos tão pobres e vagabundos quanto ele pelas sarjetas de uma grande cidade próxima de Waterdeep.Ibraim era praticamente um órfão, sua mãe morreu ao dar a luz, seu pai era um bêbado que fora assassinado por conta de dívidas de jogos e bebidas, seu único parente era um tio, Vlasar, que cuidava do garoto apenas por cuidar.
Nascido em uma família pobre, Ibraim desde cedo era um mortal qualquer. Sua vida era simples, vagava com outros garotos tão pobres e vagabundos quanto ele pelas sarjetas de uma grande cidade próxima de Waterdeep.Ibraim era praticamente um órfão, sua mãe morreu ao dar a luz, seu pai era um bêbado que fora assassinado por conta de dívidas de jogos e bebidas, seu único parente era um tio, Vlasar, que cuidava do garoto apenas por cuidar.
O
jovem cresceu revoltado, um marginal, lutando pela sobrevivência. Aos 15 anos
de idade, seu tio recebeu uma visita de um homem misterioso, usando roupas
escuras e que nunca mostrava o rosto.
“A partir de hoje você vai
acompanhar esse senhor, ele é seu dono agora”, disse o tio de forma rude e áspera.
Ibraim não tinha como resistir, alguma coisa no ar mantinha sua atenção fixa ao
homem, que nada disse, apenas deixou um pequeno saco na mesa de Vlasar. Pelo
som que fez ao cair na mesa, uma quantidade generosa de moedas recheava aquele
saquinho.
Ibraim
fora vendido para Lucien Abrandt. Conforme ele passou a saber com o tempo,
Lucien era um clérigo e precisava de um intendente. Ibraim passou a seguir seu
mestre, aos poucos ia aprendendo sobre as praticas profanas e secretas do culto
de Lucien. Nada mais chocava Ibraim, os poucos seguidores que Lucien tinha
sabiam que o intendente era alguém especial, alguém que tinha um lugar
reservado nos planos do mestre Lucien.
Aos
18 anos de idade Ibraim foi iniciado na ordem, já não era mais um intendente,
era agora um clérigo. Sua divindade Bane. Ibraim seguiu seu antigo mestre,
conseguindo seguidores e fugindo da ira daqueles que serviam aos Deuses bons.
Em alguns anos Ibraim so conhecia a ira, matava, estuprava e conquistava os
povos que achava que tinha direito sobre eles, a justiça nunca os alcançava.
Aos
21 anos, Ibraim chegou a uma vila de pescadores. Estava com um grupo de mercenários,
nesse tempo já era um poderoso clérigo de Bane. Seu arco era rápido e certeiro,
sua foice não era misericordiosa. Fizeram um massacre na vila, os poucos homens
que podiam lutar morreram, as mulheres foram dominadas, as crianças poupadas,
seriam escravos da Irmandade negra que se formava sobre o jugo de Lucien.
Foi
nesse dia que Ibraim viu pela primeira vez Pérola, uma jovem, não tinha mais do
que 16 anos, totalmente indefesa e a mercê dos vilões. Os bandidos já separavam
quem iriam estuprar primeiro, quando Ibraim se levanta e aproxima da jovem. Ele jamais iria admitir para alguém, nem para
si mesmo, mas seu coração bateu mais
forte. Ibraim leva a jovem dali, para sua cabana pessoal. Muito assustada, ela
só observa enquanto o jovem se despia de sua armadura negra:
- Qual o seu nome menina? – diz Ibraim sem se
virar pra jovem, ao que houve em uma voz embargada:
- Meu nome é Pérola – diz a jovem
em um contido choro. Entretanto, embora assustada Pérola não se entregaria sem
luta. Ela vê uma adaga no criado mudo, pega a mesma e aproveitando o que ela
pensa ser uma distração de seu captor, enfia a adaga nas suas costas. Ibraim
sente a dor por entre suas costelas, se vira em um rápido e estrondoso murro.
Acerta Pérola na cara, que cai sobre a cama meio desacordada. Ela recobra a consciência
lentamente mas a ponto de presenciar Ibraim arrancando a adaga das costas e em
um aceno e palavras obscuras curar a ferida. Ele olha para adaga, volta a olhar
a jovem e diz:
- Valente, como um cão
encurralado. Mas essa noite, você querendo ou não, será minha. Tente resistir,
vai ser mais divertido assim.
O que se seguiu é inerrarravel.
Ibraim toma a jovem para si, que não resistiu mais. Em sua mente, fazia preces
pra os Deuses... Nenhum deles veio em seu auxilio.
Anos
se passam e Ibraim ganha fama, se torna um poderoso clérigo de Bane,
rivalizando somente com seu mestre. Ele toma Pérola como sua esposa, a contra
gosto da jovem, que engravida e tem um filho do seu infame marido. Ibraim derrota quem ele acredita que deve ser
dominado, faz pactos com criaturas de moral duvidosa, acumula fortuna e riquezas.
Passa a ser conhecido como Ibraim o Usurpador, entre as raças goblinoides é
chamado de Gulag (aquele sem remorso). Sua vida é completa, ele se torna um bastião
do Deus sombrio na terra, vaga por todos os lugares e é feliz assim. Mas,
Pérola vivia uma infeliz vida, sua única distração é cuidar do filho que,
inocente, não tem culpa dos pecados do pai. Mesmo assim, teme que um dia os
pecados do pai recaiam sobre o filho, pensa em se matar, mas não tem forças
suficientes para se matar e levar seu filho junto. Mas a justiça tarda, mas
nunca falha.
Um
dia, Ibraim já com seus 55 anos, estava
em um acampamento que julgava seguro. Sua esposa e seu filho estavam no
acampamento, Nathan seguia os passos do pai, a contragosto de Perola. O filho,
nessa idade, tinha 18 anos. O dia tinha
transcorrido normalmente, nenhum incidente, os homens estavam sob controle, os
escravos faziam suas atividades corriqueiras. A noite, Pérola se entregava aos
carinhos irrepreensíveis do marido infame. Ibraim adorava isso, a forma como possuía
sua esposa, a forma como controlava seus súditos. O mundo era dele, ninguém mais
poderia impedir sua ascensão. Ele se tornaria um Deus. TOLO!
Mal
sabia que aquela seria a ultima noite de amor com sua Perola. Um grupo de
paladinos seguia a caravana a dias, embora tivessem tomado cuidado para
caminhar pelos ermos, foram rastreados. Ninguém engana todo mundo para sempre,
o tempo todo.
O acampamento de Ibraim foi
atacado, um feroz combate aconteceu, a vantagem estava ao lado dos servos de
Tyr. Ibraim não teve chances, embora tenha lutado ferozmente, seu destino
estava traçado ali, ele seria capturado, vivo ou morto. Em um ultimo rompante,
Ibraim tenta escapar com sua família. Pérola tenta ficar para trás, puxa pelo
filho. Ibraim precisa fugir dali, mas não pode deixa para trás ela... Não, ele
não podia admitir que uma escrava valiosa ficasse para tras... A mãe do seu
filho... O amor de sua vida, não! Ele não poderia deixa-la para trás.
Enquanto
tentava decidir que passos tomar, Ibraim descuida, seu filho saca a espada e é
alvejado no peito. Pérola grita, Ibraim invoca a fúria do seu Deus maldito
enquanto sua esposa é trespassada por várias flechas. Tomado por fúria intensa,
Ibraim parte para cima do grupo. Vários caem ante sua fúria, mas sua derrota é
inevitável. Ibraim cai, seu corpo todo ferido, sua alma despedaçada.
- Você lutou bem Usurpador. Ou prefere ser chamado de Gulak? – Diz o paladino de Tyr .
Ibraim nada diz, a dor do seu corpo de nada é comparável a dor de sentir a perda de sua família. Ibraim está destroçado, apenas espera a morte. Ouve algumas pessoas falando perto dele, gritos. E então escuta, em seu ouvido:
-
Um dia você vai morrer monstro, seguir do Deus maligno. Mas não hoje, a um
plano maior reservado a você. Nós já fizemos o que tínhamos que fazer aqui.
Será deixado ali, naquela montanha. Seus poderes... Não te salvarão agora.
Ibraim é
arrastado para cima de um monte. A noite fria, os ventos cortam seu rosto, aos
poucos o silêncio toma conta do lugar. Ele sente muita dor, mas não tem forças
para usar seus poderes. Não sente um ímpeto de vingança, nada no mundo traria
Pérola e Nathan de volta. Ibraim sente uma força, uma energia muito grande e
abranda o vazio e sua alma, devagar, lentamente, vai vendo flashes de sua vida.
Desde o seu nascimento, ao momento que aceitou a fé em Bane. Muita coisa
passando por sua cabeça agora, o que ele ganhou seguindo Bane? Fama, fortuna?
Aquelas pessoas que mais amou na vida, morreram. O que ganhou sem ser mal? Aos
poucos ele sente a ligação com o Deus sombrio se desfazendo, e uma força muito
grande tentando tomar o lugar de volta. Em breves momentos ele sente muita dor,
dor em saber que agora está sozinho no mundo, dor em saber que sua vida toda
foi desperdiçada servindo a um deus que so trouxe sofrimento para si mesmo e as
pessoas ao seu redor.
Ele sente suas
forças voltarem caminha ao redor do precipício. Sente o vento gelado no rosto,
o corpo todo massacrado. Ibraim pensa ter visto uma luz, mas já delira demais
para saber alguma coisa ao certo. Ibraim se joga... o vento selvagem da queda
cortando seu corpo, suas feridas abertas sangrando mais e mais... a medida que
se aproxima do chão, ele ouve uma voz:
- É assim que
terminará a vida do grande Ibraim, o Usurpador? Covarde, sente dor, sente um
vazio e se joga assim aos braços da morte? O inferno o espera, mas... Há uma
chance de redenção. – Diz a voz ecoando em sua mente.
- Redenção? De
que adianta redenção se meu bem mais precioso eu não mais terei? – Diz Ibraim.
O tempo ao seu redor para, ele se vê pairando no ar.
- Esse é a
questão Ibraim. Você sempre viu tudo e todos ao seu redor como se fosse um bem.
Algo que você pudesse tomar e chamar de seu. Mas agora percebe que aquilo o
qual sempre tratou com desrespeito é o que mais lhe era valioso. Suas ações
chamaram a atenção, a balança agora está em equilíbrio. Mas, escute... Veja o
que clamou por anos por ajuda:
Ibraim escuta uma voz, ela lhe é familiar demais... é Pérola em oração. Sua oração é angustiada, muitas vezes ela clama por liberdade, em algumas ela clama por segurança, mas em todas elas pede para que uma força maior mude o coração de seu marido. Apesar de abusada e mal tratada ela sonhou várias vezes com seu marido como um homem bom, em seu coração ela tinha certeza de que alguma coisa de boa havia em sua alma. Mesmo as ofensas não eram suficientes para apagar essa certeza. Ibraim percebe o quanto a fé de sua esposa era forte. Ela sabia que morreria para que ele tivesse uma nova chance, ela sabia que Nathan precisava fugir do destino que estava sendo traçado para ele, mesmo que isso significasse sua morte.
Ibraim escuta uma voz, ela lhe é familiar demais... é Pérola em oração. Sua oração é angustiada, muitas vezes ela clama por liberdade, em algumas ela clama por segurança, mas em todas elas pede para que uma força maior mude o coração de seu marido. Apesar de abusada e mal tratada ela sonhou várias vezes com seu marido como um homem bom, em seu coração ela tinha certeza de que alguma coisa de boa havia em sua alma. Mesmo as ofensas não eram suficientes para apagar essa certeza. Ibraim percebe o quanto a fé de sua esposa era forte. Ela sabia que morreria para que ele tivesse uma nova chance, ela sabia que Nathan precisava fugir do destino que estava sendo traçado para ele, mesmo que isso significasse sua morte.
- PARE, por
que me tortura assim? De um fim a minha existência... Pare... Envie-me ao
inferno – Diz Ibraim... Se entregando totalmente a emoção.
- Um dia, mas
antes você terá uma nova chance. Faço contigo um pacto, sabendo que estará
salvando não somente sua alma, mas a de seu filho. Siga o caminho da retidão,
seus pecados serão pagos ainda nessa terra. Viva uma vida diferente da que
viveu, liberte os povos que você conquistou como Ibraim o usurpador. Faça isso
e terá de volta o seu amor, e seu filho será salvo. – Diz a voz.
- Eu poderei a
ter novamente? Eu poderei dizer para ela o quanto a amo? O quanto eu me
arrependo de um dia ter causado tanto sofrimento a ela? – diz Ibraim,
inquirindo a voz em sua mente.
- Sim. Porque
há um mal maior no mundo e sua divida ainda não foi paga. Aceite a fé siga o
seu coração agora renovado, e um dia terá ela de volta. Aceita a sua nova fé? –
diz a voz, uma explosão de energia positiva toma conta do redor. Ibraim se vê
flutuando.
- Aceito, eu
aceito! – Diz Ibraim.
- Muito bem,
que assim seja. – uma luz branca intensa toma conta.
Ibraim
acorda, está deitado sobre as pedras. Seu corpo desnudo, apenas usando uma
tanga simples. Sua armadura, não existe mais. Teria sido um sonho? Teria sido
apenas uma alucinação? Seja como for, Ibraim não se lembra de nada, apenas de
dois nomes: Pérola e Nathan. Seu corpo, antes velho e cansado, agora é jovem.
Seus poderes mudaram. Ibraim contempla o amanhecer, sem saber exatamente por
que ele se vira ao sol que nasce e diz: A partir de hoje, eu sou o Ibraim o
Salvador.
***
Depois de um
longo hiato resolvi voltar a escrever. Abandonei completamente o projeto Edora,
não senti firmeza na mesa de grupo onde eu inseri esse cenário. Se algum dia
voltar a mestrar, será em Forgotten.
Pensei
bastante em um conceito de personagem que fosse praticamente um santo, mas com
um passado obscuro. Já tinha tido essa ideia antes, mas resolvi desenvolver
esse conceito agora. Ibraim é um clérigo que segue Ilmater que o salvou de sua morte e deu uma nova chance.
Ibraim é perturbado, tem poucas
lembranças de quando era um clérigo de Bane. Seu corpo foi regenerado (de 55 para
18 anos) e ele voltou ao principio de quando era um intendente ( voltou do nível
18 ao 1). Tem uma atitude positiva, é
Leal e bom e tem visões, algumas vezes do passado e outras vezes do
futuro. O passado sempre o assombra de
uma forma ou de outra...
*Atualizado, como é em Forgotten coloquei ele como Clérigo de Ilmater.
*Atualizado, como é em Forgotten coloquei ele como Clérigo de Ilmater.