Elfos! x Bugbears (Parte 1)
Assim que conseguimos
chegar a margem, escutamos barulho de luta. Tal barulho nos indicou aonde o
combate estava acontecendo e foi assim que percebi que dois grupos lutavam
ferozmente. Eram Bugbears e Elfos. Sim, Elfos amigo, e no atual contexto, quando
existe um combate nesse nível em um lugar remoto desses, existem grandes chances
de não ser coisa boa. Elfos muitas vezes, salvo exceções, possuem bons motivos
para confrontar, orcs, goblins e desta vez, bugbears. E pensando nisso, e
claro, confuso e molhado por conta da queda no rio gelado, que eu resolvi
entrar na luta a favor de meus irmão de sangue. Sem dúvidas uma atitude um
tanto quanto imprudente para quem se diz racional. Mas enfim, todos estamos suscetíveis
as vicissitudes das emoções e foi baseado nisso, no calor e na emoção que me
comportei de maneira inadequada e parti para o ataque sem muita estratégia,
haja vista que meus companheiros não estavam prontos e muito menos avisados de
minha ação.
Quando entrei no
combate percebi que existia um pequeno grupo de elfos ainda de pé, lutando
ferozmente contra as criaturas. Tudo aconteceu muito rápido, mas eu pude
perceber uma elfa portando um belo par de adagas (sim, adagas, provavelmente
uma batedora), um guerreiro portanto uma espada dupla (uma bela obra prima élfica),
um guerreiro com uma espada e escudo e também um arqueiro um pouco mais recuado.
Era um grupo teoricamente bem formado que sabia o que estava fazendo. Enfim,
uma situação um tanto quanto inusitada para a atual situação.
Já conjurando a minha armadura arcana (uma das simples e
poderosas opções da escola de conjuração) que sempre me acompanha nos perigos
dos combates, investi na primeira criatura que vi na minha frente. Em seguida,
escolhi utilizar outra magia clássica, porem agora da escola de evocação,
misseis mágicos (coloquei no plural pois um dia conseguirei evocar mais um
projétil). Eu sei que no atual momento de minha carreira arcana, tal magia não conseguiria
derrubar um bugbear, porem, conseguiria chamar a atenção do mostro que estava
atacando o grupo élfico e ajudar a aliviar a pressão em cima dos guerreiros
(mais uma atitude que faltou de estratégia). Pois bem, eu consegui o que queria
e chamei a atenção de uma das criaturas que resolveu investir contra mim. Em
menos de um minuto eu já estava envolvido em todo o combate. A criatura que
acertei com os mísseis veio para cima de mim com toda a sua fúria e
monstruosidade. Acredite, essa não é uma cena que irei esquecer fácil. Mas, lá
estava eu, pronto para morrer para ajudar outros elfos.
A criatura tenta me acertar com a sua clava, porem o golpe pega na armadura arcana que se estilhaça e se recupera em instantes (a magia é mesmo fascinante não?). Em seguida me concentro para desferir outro míssil mágico, porém não consigo me concentrar e o poder se desfaz em minha mão. Acredite, é difícil se concentrar e gesticular enquanto você está em combate (estou trabalhando nisso). Em seguida a criatura me acerta com sua arma me ferindo. Senti o gosto de sangue na boca e foi que nesse momento vejo Mandrake e Krolm saindo do meio do mato, próximo a margem do Rio (esqueci de dizer anão também veio?).
O grupo compra a briga e entra no combate e nisso mais duas criaturas
aparecem. Em seguida dois dos elfos caem durante o combate. Isso é mal pois se
todos caírem, certamente seremos os alvos principais. Percebo que o bárbaro é acertado
e ferido em combate. Ele aparenta estar cansado. Nunca vi ele assim antes,
certamente pode ser um dos efeitos colaterais de sua selvageria. Já escutei
casos assim antes e se ele de fato estiver cansado, teremos um problema. E foi
pensando em como minimizar esse problema que eu resolvo conjurar uma magia da
escola de necromancia e aplico no bárbaro a minha cura infernal. A partir de
agora Krolm cheirava como um demônio e se recuperaria como tal (se ele não
estivesse cansado, certamente poderia ser confundido com uma criatura abissal
por conta de sua fúria?).
Mandrake sabe lutar. Eu observei que ele se posicionava de
tal forma que ajudava o bárbaro a se defender. Ele já tinha feito isso antes,
mas agora essa questão de posicionamento começou a fazer a diferença (esse
feiticeiro é cheio de artimanhas). Comecei então a observar o seu comportamento
e entender que o simples fato de você saber se comportar em um combate pode lhe
ajudar e ajudar os seus companheiros. Com o tempo, conseguimos derrubar 3
bugbears, porem todos já estamos machucados e eis que do nada o bárbaro se
enfurece. Algo que havia teoricamente quebrado nele volta a funcionar e ele entra
naquele estado de fúria que sinceramente é fantástico (quando se é um aliado do
selvagem é claro...).
Enquanto estávamos travando combate, percebo que os elfos
estavam caindo um a um, restando apenas o arqueiro. Como o bárbaro tinha
voltado ao seu estado normal (de fúria total), resolvo tentar ajudar o último Elfo
vivo. Assim, me afasto um pouco e uso a minha magia mais básica que aprendi na
escola arcana, “a mão do aprendiz” e ataco as criaturas que estão próximas a
ele. Essa manobra consiste em arremessar uma arma em seu inimigo utilizando
basicamente telecinesia (algo teoricamente simples, porém eficiente).
Infelizmente eu erro todos os meus golpes e o último Elfo cai. Foi nesse
momento que percebi que a situação havia ficado de fato complicada. A minha
tentativa de ajudar o grupo foi em vão e eu estava esgotando. Não conseguia
conjurar nenhuma magia e nem mesmo a mão do aprendiz. Uma situação de fato
complicada.
O Bárbaro ainda em fúria consegue derrubar o quarto bugbear
com a ajuda de Thorim e Mandrake. A situação havia ficado um pouco melhor (4
contra 2) se não fosse pelo fato de Krolm ter caído novamente em cansaço. E foi
depois disso que as duas criaturas restantes derrubam o anão Thorim e também
Krolm, restando ironicamente apenas eu e Mandrake no campo de batalha. Sim, os
dois menos aptos a um combate corpo a corpo estavam diante das duas criaturas
sedentas por sangue. Quando percebo, Mandrake dispara em fuga me deixando
frente a frente com os bugbears. Naquele momento era tudo ou nada, resolvi
heroicamente (ou burramente) lutar até o fim pois não ia abandonar os meus dois
companheiros caídos (já disse que existe um lado leal em mim?).
Continua...
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